terça-feira, 9 de novembro de 2010

Porcaria ,de pensamentos...vira narração em aula .

Ela caminhava a beira da praia, o sal temperava as feridas dos pés, mas ela não sentia dor, estava extasiada, podia dizer-se feliz, o sol incidia diretamente à sua face, como que para propositalmente queimar todo o resto de verdade que insistia em manter em sua vida. Resolveu correr,pois gostava de sentir seus dreads balançarem com vento -afinal essa foi a única mudança de que não se arrependeu,os belos cabelos,só que isso agora não era mais tão importante já que perdera tudo,na verdade nunca foi – e consequentemente se molhou,a água lavou-lhe o sangue que escorria.Como um átimo o mundo silenciou,ela caiu,havia perdido suas forças.O silencio permaneceu,ela havia adormecido.
Não queria acordar; no entanto a maré fria, devido ao anoitecer, a despertou. O frio se apresentou imediatamente, ela olhou ao redor e observou o deserto, a luz do poste se confundia com a da lua, não havia carros ou pessoas, somente ela e a infinidade marítima. Já não estava mais feliz, os machucados doíam, não conseguia caminhar. Entre 20 horas que esteve foragida,este foi o primeiro momento que sentiu saudade,da companhia,do plural,do calor e do cuidado –ela os desejou tanto naquele instante – que a ambos faltava naquela noite.
 Ela, que sempre quis ter uma curta existência, ao modo de Vinicius, e de seu maior ídolo: Cazuza. E ele, repleto de sonhos planejados para a velhice. Os planos se inverteram na realidade,ele se foi,teve uma pequena passagem,e ela teria que viver até os últimos anos,até a velhice. Ela só conseguia ouvir o tiro disparado, o grito de Fernando que ecoava por todos os cantos: ’Manuela’.
Ela o procurava, buscava sua voz, buscava salva-lo, ele que a alertava todos os dias foi a primeira vitima daquele vicio. A droga a estava matando aos poucos, entretanto o matou instantaneamente, rápido, bastou um segundo: eles corriam ele estava com o motivo que o levaram até ali, a substancia que os acalmaria dali a um quarteirão. Todavia, ela caiu, os donos da cocaína vinham logo atrás. Fernando parou se virou, voltaria? É claro, não fosse a bala que lhe ultrapassou a testa. Manu se pôs a correr, até chegar à praia.
Talvez, se o tivesse escutado, ou a menos deixado permanecer em casa, afinal de contas, ele era ser irmão mais novo; ela é quem deveria ser o exemplo. Não obstante,Fe e Manu,sempre se acostumaram a ter tudo e por isso lhes foi tirado tudo.Se iniciou em uma mentira,de leve, um trabalho na escola,foi o que ambos afirmaram à mãe,.
Manuela não suportaria voltar à vida, realmente não pretendia chegar à velhice. Sorriu,na verdade ela nunca foi uma boa pessoa,sua mentira a levou a loucura, ela só queria poupar o mundo.Sorriu, se arrastou ao mar,o mundo silenciou novamente,e como era terno este silencio,perpetuo.
No noticiário do dia seguinte o caos. A culpa sobrecai aos traficantes, mataram dois jovens ricos, bala perdida?Sequestro? Fernando recebeu um belo enterro, se é que isso pode ser uma vantagem, Manuela nunca foi encontrada.  

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